Femupe: oficinas de ensaios instrumentais focam a prática em conjunto

Alterne entre as áreas

Femupe: oficinas de ensaios instrumentais focam a prática em conjunto

Entre as opções, os participantes puderam escolher Musicoterapia, Orquestra de Cordas, Prática de Choro, Percussão II, entre outras

28/10/2025 às 09h07

Por Fabiana Barros

A programação do Festival de Música de Penedo (Femupe) teve atividades pedagógicas, ensaios instrumentais, atividades científicas e artísticas. Nas tardes dos dias 24 e 25 aconteceram os ensaios instrumentais em diversos endereços do Centro Histórico de Penedo. Os participantes puderam se inscrever em mais de uma oficina, sendo uma pela manhã e outra no período vespertino.

O gerente de Cultura do Sesc, Luann Veiga, esclareceu que tanto a programação pedagógica quanto os ensaios instrumentais são atividades que funcionam como oficinas, ou seja, processos formativos de transmissão de conhecimento. “O que chamamos de ensaios são oficinas voltadas para grupos instrumentais específicos, como a Orquestra de Cordas. Nessas atividades, o foco é a prática em conjunto, mas sempre integradas à programação pedagógica”, afirmou.

O Teatro Sete de Setembro foi palco de diversas programações, inclusive da abertura oficial do evento. Na sexta e no sábado à tarde, houve a oficina de Musicoterapia.

Conforme o professor da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e responsável por conduzir esse momento, Rodrigo Andrade, a oficina teve por finalidade esclarecer algumas dúvidas dos músicos sobre como utilizar a música como uma ferramenta terapêutica, que, inclusive, é diferente da musicoterapia propriamente dita. “A musicoterapia exige uma graduação em musicoterapia ou uma pós-graduação. Mas nada impede que a música seja utilizada como recurso terapêutico por músicos”, explicou.

A proposta da oficina foi mostrar técnicas e aplicabilidades da música e de que maneira ela pode ser utilizada em um ambiente clínico ou hospitalar. “A gente tem que trabalhar na conscientização dos alunos que estão aqui no Festival de Música de Penedo”, observou.

De acordo com Rodrigo, normalmente, os músicos são contratados para tocar em hospitais ou clínicas e, às vezes, para ensinar uma criança portadora de necessidades especiais. “Nesses casos, os músicos trabalham para reabilitar um movimento, ajudar na comunicação da criança em caso de dificuldade na oralidade, independentemente da musicoterapia”, explicou.

Segundo Rodrigo, é comprovado cientificamente que existe uma evolução de quem faz tratamento com musicoterapia. “Desde 1950, a gente tem colhido dados em pesquisas científicas que demonstram isso. Por exemplo, eu tenho uma pesquisa na USP — fiz o doutorado em 2022 — sobre musicoterapia em saúde pública, mostrando a saúde mental de estudantes com sofrimento psíquico. Às vezes, os estudantes estão com o estresse da academia, da universidade, e pensam em desistir, em voltar para suas casas. E a gente trabalhou com musicoterapia online, inclusive, durante o período pandêmico, em 2020. A gente viu que a música foi fundamental nesse período. E temos colhido e produzido muitos dados para o campo científico, demonstrando a eficiência da musicoterapia.”

Nas oficinas de Ensaios Instrumentais, os participantes do Femupe tiveram a possibilidade de escolher, além de Musicoterapia, entre as seguintes oficinas: Orquestra de Cordas, com Katarine Araújo (GO); Prática de Choro, com Alexandre Ribeiro (SP); Percussão II, com Ualex Lima (Penedo) e Jair Mendes (França); Oficina de Canto, com Sabino Martemucci (Itália); Workshop MusiLibras – Música além do som, com Irton Mário Batman (SP); e Educação Musical com Cultura Popular, com Nildo Verdelinho (AL).

O Femupe é uma realização da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Sesc, Prefeitura Municipal de Penedo, Fundepes e Astec.

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