Bárbara Carine fala sobre educação antirracista e intelectualidade na Bienal do Livro de Alagoas

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Bárbara Carine fala sobre educação antirracista e intelectualidade na Bienal do Livro de Alagoas

A escritora e educadora foi um dos nomes mais aguardados do evento

06/11/2025 às 23h10

Por Sarah Azevedo - jornalista / Jônatas Medeiros - fotógrafo 

Nesta quinta-feira (6), dezenas de pessoas se reuniram no Teatro Gustavo Leite para ouvir a professora, escritora e referência no pensamento antirracista no Brasil, Bárbara Carine, uma das convidadas trazidas pelo Sesc, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), para a programação especial da 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. A autora era um dos nomes mais aguardados desta edição.

Ao chegar ao local da palestra, Bárbara foi apresentada pela professora da Ufal Jordânia Souza, responsável por mediar o encontro. Durante cerca de uma hora, a convidada falou sobre o processo de escrita de seu último livro, as recorrentes dificuldades da vida acadêmica e abordou também aspectos mais pessoais, como o desafio de, na busca por um certo grau de intelectualidade, nutrir-se de múltiplas referências sem perder-se de si mesma.

Por meio de um discurso lúcido e provocador, a autora instigou o público a refletir sobre a necessidade de uma educação antirracista e sobre a quebra de padrões ainda presentes no sistema educacional. O doutorando em Agronomia Jônatas Costa destacou a satisfação de participar do momento. “O que ela fala dialoga muito com o nosso cotidiano enquanto população negra, e vir aqui conhecê-la só reforça, para mim, a importância de ter pessoas como ela dentro da academia: intelectuais que constroem conhecimento também para educar uma grande massa que ainda tem uma ideia muito engessada sobre educação e intelectualidade”, afirmou.

A pedagoga e contadora de histórias Jolúzia Viana, que veio de Aracaju (SE) especialmente para assistir à palestra, mostrou-se encantada com a experiência: “A Bárbara foi um achado que eu conheci pouco antes da pandemia, e poder ouvi-la pessoalmente é uma aula. Ela tem uma potência e uma experiência muito grandes, e a gente se identifica, até porque quem é uma pessoa negra nesse país se identifica com a história de Bárbara. A escrita dela é uma escrita que aproxima”, disse.

Na plateia, também estavam muitos professores, como Ariberto Lino, que viu no anúncio da palestra uma oportunidade de aprendizado sobre educação antirracista, pensando em aplicá-la em sala de aula. “Eu, enquanto educador da Educação Básica, estou tendo contato com questões de racismo, e escritores que trabalham essas temáticas têm me ajudado a lidar com o racismo estrutural dentro da escola”, contou.

Os próximos nomes trazidos pelo Sesc em parceria com a Ufal para a Bienal serão os escritores Raphael Montes, que falará neste sábado (8), às 19h, no Teatro Gustavo Leite, e o angolano José Eduardo Agualusa, que participará de um bate-papo neste domingo (9), às 18h, na Sala Ipioca. Além desses convidados, o Sesc promove ainda uma programação paralela na Sala Pajuçara, aberta ao público e com atividades diárias. Para conferir os detalhes dessa agenda, basta clicar AQUI.

 

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