Por Sarah Azevedo

A 11ª edição da Bienal Internacional do Livro de Alagoas segue com sua programação em ritmo intenso e, nesta terça-feira (4), recebeu, em um dos auditórios do Centro de Convenções Ruth Cardoso, local do evento, a escritora Clara Alves para um bate-papo com o público, mediado pela psicóloga, professora e especialista em educação sexual Milka Freitas.

Autora best-seller com três romances publicados, Clara costuma abordar temáticas LGBTQIAPN+ e se tornou uma referência entre os leitores mais jovens ao tratar de questões de identidade, pertencimento e amor com uma escrita envolvente e sensível.

A estudante de Design Larissa Tenório, que conheceu o trabalho de Clara pela internet, esteve presente no evento e compartilhou sua admiração pela autora: “A escrita dela é muito fluida e se conecta com o leitor. Ela consegue expressar o que sentimos. A parte também da sexualidade... Foi através dela também que eu consegui me abrir mais sobre o assunto, tanto com meus amigos quanto com a minha mãe”, contou.

Clara afirma que seus livros refletem muito de suas próprias vivências e acredita que essa sinceridade é o que cria uma forte conexão com o público. “Ouço muito as pessoas dizerem que meus livros as ajudaram a se entenderem, a se assumirem para os pais ou até para si mesmas, o que às vezes é a etapa mais difícil. Sempre gostei muito de escrever sobre o que vivi, e acho que isso torna essa relação especial: as pessoas leem essas histórias e se identificam com os próprios sentimentos. Trabalhar a literatura LGBT é algo muito íntimo pra mim. Eu sou uma mulher bissexual, então isso sempre aparece nas minhas histórias. E é por isso que os leitores se sentem tão próximos, porque eles se enxergam, né? É um espelho pra eles também.”

No bate-papo, Clara falou sobre sua trajetória como escritora, respondeu perguntas do público e, ao final, autografou os exemplares levados pelos leitores. Pela primeira vez em Maceió, afirmou sentir-se acolhida e destacou a importância dos eventos literários na aproximação com o público: “Eu acho que uma das coisas que eu mais amo fazer é evento, porque a tarefa do escritor é muito solitária, né? E quando você participa de um evento e conversa com os leitores, é o momento de ver como sua obra reverbera nas pessoas. Pra mim, é sempre muito especial, ainda mais quando é uma cidade nova, que eu nunca visitei. Fiquei muito empolgada. E toda vez que venho a qualquer cidade do Nordeste, o acolhimento é assim... diferenciado”, afirmou.

Sua participação na Bienal integra a programação especial promovida pelo Sesc Alagoas em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que, nesta edição, leva ao evento autores e autoras que representam a diversidade da literatura contemporânea brasileira. Além desses encontros, o Sesc realiza uma programação paralela na Sala Pajuçara, aberta ao público e com atividades diárias. Para conferir os detalhes, basta clicar AQUI.